Eduarda Rafaela Costa
Advogada

Quando decidi começar a estudar para concursos de procuradorias, primeiramente eu precisei aprender como estudar. Depois de ter a curiosidade de saber o que os aprovados faziam, a minha rotina passou a ser ler apostilas em pdf, assistir videoaula, fazer resumos manuscritos, resolver questões, e esse ciclo se repetia. Mas os meses se passaram e eu descobri que o simples volume de estudo com carga horária exaustiva não me levaria à aprovação. Passei a identificar que cometia os mesmos erros nas questões e também provas. Entendi que não bastava estudar muito, era preciso estudar melhor, e o ponto de virada veio quando conheci o tal caderno de erros.
Confesso que o nome não me parecia algo agradável, pois, após estudar tanto, eu queria ter uma lista de acertos, e não de erros! Mas acatei o conselho dos aprovados e passei a construir um arquivo, separado por matérias, com aquilo que eu errava ao fazer questões.
Quando comecei a registrar meus erros de forma sistemática, percebi que eles deixavam de ser apenas erros e se tornavam um material de estudo personalizado e altamente valioso. Meu caderno não é uma simples lista de questões erradas, mas um espaço para anotar o enunciado resumido ou o tema central da questão, explicar, com minhas próprias palavras, por que errei; acrescentar a regra correta, com base na lei, doutrina ou jurisprudência; destacar palavras-chave com cores diversas e, também, as pegadinhas repetidas das bancas, que sempre me faziam errar as mesmas coisas.
Ao reler o caderno ao final do dia de estudos, eu revisitava não só o conteúdo, mas também o que me fazia errar. Isso criou um aprendizado mais profundo e, de quebra, aumentou minha autoconfiança, pois passei a ver que era possível acertar, ele apontava exatamente onde eu precisava melhorar. E eu melhorei.
O caderno de erros, ao contrário do que eu inicialmente pensava, não servia para alimentar frustração, pelo contrário, pois quanto mais consciente eu ficava dos meus padrões de erro, mais rápido conseguia corrigi-los e menos eles apareciam nas provas. E, se aparecessem, eu iria acertar.
Até conquistar a aprovação, eu reprovei em muitas e muitas provas, errei mais de 10 mil questões no site que assino. Mas aprendi a fazer dos erros formas de avançar. Se você está se preparando para concurso, não tenha medo de errar: mapeie seus erros e aprenda com eles. E saiba que, para isso, seu caderno de erros pode ser uma importante ferramenta para mostrar o quanto você está evoluindo.
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