Aproveitando a campanha do setembro amarelo que se encerra nessa semana, vamos parar os estudos só por um instante para refletir sobre a saúde mental de quem estuda. Sei de muitas pessoas que se preparam para concursos em tempo integral e de outras que tentam conciliar trabalho e estudos. Além disso, existem todos os outros elementos da vida de alguém: família, ocupações da casa, amigos, vida social e outras demandas que nos competem. Isso pode causar um peso silencioso em muitos estudantes e afetar significativamente seu estado emocional.

Na maioria das vezes, a gente tende a não conversar sobre nosso estado emocional, pois o cuidado com saúde mental muitas vezes é visto como menos importante do que a saúde física. Desafio qualquer pessoa a não procurar um médico se tiver torcido feio o pé ou sofrido um desmaio, pois você logo quer saber o que está acontecendo! Já quando nos sentimos mal por dentro, no coração, quando a mente não funciona mais como deveria, quando você sente uma tristeza fora do comum ou quando a ansiedade bate forte, nem pensamos em procurar ajuda logo de cara. Esses sentimentos e sensações que eu acabei de descrever são até mesmo chamados de frescura ou preguiça por alguns e ficamos até mesmo constrangidos de contar à alguém o que está acontecendo.

Nesse post de hoje eu não irei enumerar dicas práticas ou te dizer que há soluções rápidas de se você estiver se sentindo com a mente e o coração sobrecarregados. Sabe por que? Porque cuidar da mente e da alma é um processo. Ele começa por identificar que há algo estranho ou errado e se estende pela procura de ajuda e a jornada da cura. Entretanto, sei que isso não é fácil. Às vezes temos um problema ou dificuldade e não conseguimos nem ao menos desabafar. Pode começar com uma leve ansiedade, medo de não conseguir completar uma tarefa ou de não cumprir um prazo e daí sua mente começa a te levar a um outro lugar, gerando pensamentos de derrota e do que pode acontecer de pior. Você pode também sentir que está sozinho nesse caminho, como se ninguém ao redor compreendesse a dimensão da sua luta interna. Fora isso, existe a pressão por resultados: provas, notas, vestibulares, expectativas da família, dos professores e até mesmo nossas próprias exigências internas. É como carregar uma mochila invisível, pesada e difícil de largar.

Mas lembre-se: essa mochila não precisa ser carregada sozinha. Se você se identificou com o que leu até agora, considere seriamente procurar a ajuda de um profissional de saúde mental. A saúde mental não é luxo, não é frescura, e muito menos sinal de fraqueza.

O Setembro Amarelo nos convida a olhar para dentro e enxergar o valor da vida. E quanto aos estudos, vale lembrar que estudar só faz sentido quando a mente tem espaço pra respirar. 

Nós do Caderno de Erros desejamos que você tenha sucesso em seus estudos, mas que não se esqueça do autocuidado, pois nenhum conhecimento floresce em uma mente sobrecarregada.

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